A colheita da nova safra de algodão 24/25 já começou no Brasil. 50% da área do Paraná e 40% de São Paulo já estão colhidos. Os primeiros campos no estado da Bahia também já começaram os trabalhos de campo. No total Brasil, a estimativa é que 0,32% da área 2024/25 já foi colhida até 15 de maio de 2025, segundo a Abrapa.
Com o levantamento, na perspectiva da associação nacional, o algodão no Brasil deverá ocupar 2,14 milhões de hectares, com produção, preliminarmente aguardada, de 3,95 milhões de toneladas, 6,8% a mais em relação à safra ada. A estimativa é semelhante ao levantamento da safra 2024/2025, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a safra em curso, a área plantada com algodão é estimada pela CONAB em 2,08 milhões de hectares, uma alta de 7,2% em relação à safra 2023/2024. A produção de pluma é projetada em 3,90 milhões de toneladas, alta de 5,5% ante a produção da safra 2023/24.
Previsão do tempo para as áreas produtoras de algodão
Uma frente fria esta avançando pela costa da região Sudeste, mas espalha instabilidades mais intensas apenas sobre a faixa leste da região e as chuvas não devem avançar sobre as áreas produtoras do interior do País. Na maior parte das áreas produtoras, especialmente do Sudeste e do Centro-Oeste, a previsão é muitas nuvens e tempo seco e as temperaturas seguem elevadas. Essa condição deve acentuar a queda da água disponível no solo.
Na próxima semana, há previsão para o avanço de uma nova frente fria, que vai espalhar chuvas sobre o centro-sul do país. O destaque maior será a queda na temperatura, que ocorrerá após a agem desse sistema, durante os primeiros dias de junho.
Na segunda metade da semana há risco para ocorrência de geadas mais amplas sobre o Sul do Brasil e não se descartam episódios pontuais do fenômeno sobre áreas produtora do sul e sudoeste paranaense.
Safra 23/24 de algodão
Com a colheita e o beneficiamento da pluma encerrados, o algodão beneficiado segue para o mercado comprador nacional e internacional. Restam ainda 18% da projeção de exportação e 25% do consumo doméstico para serem atendidos, até julho de 2025, segundo a Abrapa.
Brasil deve manter posto de maior exportador da pluma
Em 2024, o Brasil ultraou os EUA no comércio internacional da pluma, desde então lidera o ranking mundial de exportação do algodão. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as projeções indicam que o Brasil se manterá como maior exportador. Para o período comercial 2024/2025, é projetado um aumento de 8,2% nas exportações, com expectativa de 2,90 milhões de toneladas enviadas para os parceiros comerciais do Brasil. No acumulado de agosto/2024 a abril/2025, o Vietnã foi o principal destino do algodão brasileiro, representando 19% do total embarcado.
Em relação ao mercado interno, o setor também apresentou números positivos no relatório, trazendo otimismo aos investidores. A produção têxtil acumulou alta de 13,7% entre janeiro e março, e tende ter um crescimento de 2,6% em 2025. Em decorrência desta alta indústria têxtil registou o aumento de 8 mil novos empregos formais somente no primeiro trimestre de 2025.
Melhoria contínua
Para Gustavo Picolli, presidente da Abrapa, o crescimento que o setor algodoeiro vem apresentando desde 2024 é fruto de um trabalho de articulação estratégica e troca de conhecimento entre os produtores. “A produção do algodão brasileiro apresenta um modelo pautado pela busca permanente da melhoria contínua e pelo compromisso com o conhecimento técnico aliado à responsabilidade socioambiental”, pontuou.
Segundo o Diretor Executivo da Abrapa, Marcio Portocarrero, “Os números do relatório são animadores e mostram o quanto a cotonicultura brasileira tem potencial e volume para conquistar novos mercados no exterior, e ainda colaborar com a economia interna e geração de empregos no país”.